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segunda-feira, 2 de julho de 2007


SAINT-GERMAIN, Conde de (Príncipe Rakoczy da Transilvânia) (1710? - Eckern-fõrde, 1784). A mais preeminente figura do ocultismo ocidental e uma fascinante perso¬nalidade da história cuja vida assombrosa está cercada de um halo de lenda e mistério. Parece ter ficado definitivamente estabele¬cido que era filho legítimo de Franz Leo-pold, príncipe Rakoczy da Transilvânia e educado pela família Mediei na Itália, tendo adotado o nome de Saint-Germain da loca¬lidade de São Germano, no Tirol italiano onde seu pai tinha terras. Existe uma grande divergência em matéria de datas. Algumas fontes fixam seu nascimento em 28-5-1696, outras em 1710. Da mesma forma, embora os registros da igreja de Eckernfõrde estabeleçam sua morte em 1784, outros autores dão evidências da presença física do conde depois desta data. Por outro lado, a lenda popular atribuía-lhe vários séculos de idade. De sua primeira juventude nada é definitivamente conhecido e para seus contemporâneos sua verdadeira identidade foi indecifrável. O literato Horace Walpole, em uma carta datada em 1743 diz dele: "É considerado espanhol, italiano, polonês; alguém que obteve através do matrimónio uma grande fortuna no México e fugiu com ela para Constantinopla; um sacerdote; um violinista; um grande nobre". Em 15-4-1758, escrevendo a Frederico, o Grande, Voltaire diz: "Saint-Germain é um homem que nunca morre e conhece todas as coisas". É também citado como homem de mistério por Frederico, o Grande, Rousseau, Grimm, von Hes-sen, Cagliostro e outros. Os testemunhos existentes descrevem-no como de estatura normal, de feições regulares e agradáveis, dotado de grande graça e dignidade de porte e ambidestro a um grau prodigioso. Seu controle e tato perfeitos nas mais díspares situações testemunhavam seu refinamento e cultura inatos. Vestia-se constantemente de negro e tinha predileção pêlos diamantes que usava em profusão. Foi o grande erudito e linguista de sua época. Conhecia a fundo todos os idiomas europeus e podia também falar e escrever árabe, chinês, grego, latim e sânscrito. Sua versatilidade se estendia a química (sobre a qual se embasava sua reputação) e a história até a poesia, a pin¬tura e a música. Foi um pintor de notáveis efeitos luminosos, um brilhante crítico de arte, um compositor musical e um hábil violinista. Do ponto de vista oculto, seus conhecimentos alquímicos e herboristas foram, sem dúvida, excepcionais. Pretendia possuir o elixir da longa vida e dominar a transmutação dos metais, tendo descoberto também um processo para o tratamento das pedras preciosas. Curava enfermidades com um elixir preparado por ele, possuía amplos conhecimentos relativos a cosméticos e lançou as bases dos processos modernos para a coloração industrial de materiais. Suas faculdades paranormais parecem também ter sido de ordem extraordinária. Podia realizar comunicações telepáticas, tinha o dom da clarividência, detectava segredos e afirma-se que podia se tornar invisível. Empregava sistemas de meditação e concentração de origem oriental. Sua atuação na vida europeia pode ser sintetizada da seguinte forma. Entre 1731 e 1742 parece ter residido nas cortes da Rússia, Itália e Holanda e como convidado do xá da Pérsia. Em 1743 é mencionado por Walpole como vivendo em Londres, como partidário dos Stuarts destronados. Em 1745 desenvolveu atividades relacionadas com a composição química de corantes na Áustria e na Alemanha. Por volta de 1748 aparece na corte francesa onde exerceu extraordinária influência e logo chegou a ser confidente de Luís XV, que o empregou em missões diplomáticas secretas, segundo provas documentais existentes. Interveio especialmente em 1759 em Haia nas negociações de paz entre a França e a Inglaterra, missão que lhe granjeou a hostilidade do duque de Choiseul, ministro de Assuntos Estrangeiros, tendo então que residir temporariamente em Londres. Em 1758 o rei Luís XV lhe havia cedido o castelo de Cahaborn como residência. Supõe-se que também tenha sido empregado por outros governos europeus em missões diplomáticas diversas e a senhora Cooper-Oakley cita uma extensa lista de apelidos adotados a partir de 1710 pelo conde (marquês de Mon-ferrat, conde de Bellamye, cavaleiro Weldon, etc.) para encobrir suas atividades. Parece ter atuado nas negociações de paz entre a Alemanha e a Áustria em 1761, sendo-lhe atribuído também um importante papel na conspiração contra o czar Pedro III que em 1762 levou Catarina ao trono, em São Petersburgo. Em 1763 instalou em Tournai uma fábrica para tingir seda, lã e madeiras e entre 1764 e 1770 é visto na Itália, Rússia, índia (já havia estado anteriormente em Calcutá, em 1756), Egito e também na África e Ásia Menor. Depois de viver novamente em Paris, em 1774 radicou-se definitivamen¬te em Schleswig-Holstein para cultivar as ciências ocultas junto com seu amigo o land-grave Charles von Hesse. Diversas fontes, não obstante a fixação de sua morte em 1784, afirmam que foi visto em Viena em 1788, na França em 1792, 1835 e 1842-45 e em Roma (Leadbeater) em 1901. Teria estado também em Buenos Aires em 1910 e participado de acontecimentos anteriores à guerra de 1914-18 e à Revolução Russa. A tradição ocultista ocidental atribuiu ao conde de Saint-Germain o papel mais proeminente nas atividades rosa-cruzes e maçônicas de sua época, considerando-o um adepto elevado que, como emissário da Fraternidade Branca consagrou-se ao progresso e elevação da humanidade. Acha-se devidamente estabelecido que foi maçom e templário e as memórias de Cagliostro citam sua iniciação nas mãos de Saint-Germain como templário. Também parece ter tido alguma relação com o martinismo. Além de ter sido ocasionalmente citado por H, P. Blavatsky como possuidor de um manuscrito rosa-cruz cifrado, o mito de sua relação com a Fraternidade Rosa-Cruz mereceu especial atenção (como no caso de F. Bacon) por parte da teosofia moderna, bem como através de supostas revelações dos anais akhasicos expostas por distintos autores teosóficos. Saint-Germain teria sido através. de sucessivas reencarnações, S. Albano, Proclo, R. Bacon, Ch. Ro-senkreutz (o mítico fundador da Fraternidade), J. Hunyadi, F. Bacon, F. Rakoczy, o conde de Saint-Germain e o barão Homp-sech. Também outros autores como I. Cooper-Oakley e M. P. Hall se identificam to¬talmente com a tese rosa-cruz sem trazer provas concludentes. A. E. Waite defende, por seu lado, que não existem evidências nas fontes rosa-cruzes europeias de fins do século 18 da participação do conde nas atividades da fraternidade, embora reconheça seus grandes poderes ocultos e sua inatacável conduta através de sua atuação nas cortes europeias, qualificando-o como um verdadeiro cavaleiro de seu tempo. Não o considera um místico ao estilo de Saint-Martin e não aceita o julgamento do landgrave von Hesse de que tivesse sido um grande filósofo, embora o reconheça como um grande amigo da humanidade. Bib.: M. Oettinger, Graf St.-Germain (Leipzig, 1864); F. Bülau, Gheime Geschichte und Rãthselhafíe Mens-chen (1850-56); Karl Prince de Hesse-Cas-sel, Métnoires de mon Temps (Copenhagen, 1861); L. Wrawall, Remarkable Adventures (1863); A. Lang, Historical Mysteries (1904); I. Cooper-Oakley, The Comte de St. Germain (Milão, 1912); P. Charconac, Lê Comte de St.-Germain; M. P. Hall, Comte de St.-Ger¬main (Los Angeles, 1946); id., The Most Holy Trinosophia of the Comte of St. Ger¬main (Photostatic jacsimile from the original manuscript in the Biblioteque de Troyes with introductory material and commentary by M. P. Hall) (Philosophers Press, Los An¬geles, 1933, 3f ed., 1949); id., Collected Writings (The Philosophical Research Inc., Los Angeles, 1959) (Lê Comte de St.-Ger¬main, págs. 213-241, vol. 29).