SAINT-MARTIN, Louis Claude de (Amboise, França, 1743 - Aunay, perto de Paris, 1803). Filósofo e ocultista, conhecido como "Le Philosophe Inconnu", pseudônimo sob o qual foram publicadas suas obras. Filho de uma família nobre mas pobre seguiu os desejos do pai estudando leis no Collège
de Pontlevoy, mas embora fisicamente frágil e predisposto a especulações mentais, mudou a carreira pela de soldado, ingressando no exército onde alcançou a graduação de oficial. Anteriormente havia incursionado na maçonaria e no estudo da filosofia. Quando seu regimento se encontrava em Bordéus, conheceu o novo sistema de ritos maçônicos criado por Martines de Pasqually que ensinava um misticismo de caráter hermético-cabalístico, chegando a ser seu principal discípulo e propagandista. Iniciado em 1768 na ordem mística Elus-Cohens criada por seu mestre, nela alcançou o grau de rosa-cruz e templário. Tendo ampliado seus conhecimentos com leituras intensivas de Swedenborg em 1771, abandonou o exército convertendo-se em um orador místico. Sua habilidade oratória o fez logo favorito dos salões parisienses conseguindo despertar um amplo interesse pelo misticismo, a filosofia e o her-metismo. Entre 1782 e 1787 visitou a Itália e a Suíça e possivelmente a Rússia. Em 1787 viajou para Londres onde conheceu o astrônomo Herschel e o místico William Law, o grande intérprete de Boehme. Em 1788 travou amizade em Estrasburgo com Charlotte de Boecklin que o iniciou nas obras de Boehme. Seus últimos anos passados em Aunay foram dedicados a escrever suas obras e à tradução das de Boehme. Embora não tivesse sido sujeito a perseguições em consequência de suas opiniões (salvo uma prisão durante a Revolução Francesa), sua propriedade foi confiscada devido a sua posição social. Publicamente um católico estrito mas seu primeiro livro foi colocado no Index. Obras: Des Erreurs et de Ia Vérité (1775); Tableau Naturel dês Rapports que Existent Entre Dieu, l'Homme et l'Univers (1782); L'Homme de Désir (1790); Lettre a un Ami sur Ia Révolution Française; Lê Nouvel Homme (1792); Ëclair sur l'Association Humai-ne; De l'Esprit dês Choses; Ministère de l'Homme-Esprit; Oeuvres Posthumes (1807); etc. Saint-Martin que rodeado pêlos horrp-res da Revolução Francesa soube difundir na França o alto espírito do misticismo, desenvolveu as teorias de Martines de Pasqually, juntando-lhes um rasgo de gênio que havia faltado a seu mestre. Unificou seus ensinamentos com os de Boehme e Swedenborg e plasmou uma doutrina filosófica própria, o martinismo, que alcançou notável desenvolvimento e grande número de adeptos. Sua inclusão por autores ocultistas franceses entre os expositores da cabala encontra a oposição de A. E. Waite que, embora aceite que algumas de suas doutrinas possuem certo caráter cabalístico, defende que não existem testemunhos de que o filósofo tivesse cultivado a literatura cabalística, encontrando nele poucas condições de ser considerado como cabalista. Bib.: J. B. Gence, Notice Biographique (1824); L. Moreau, Refle-xions sur lês Idées de Louis Claude de St.-Martin lê Théosophe (Lecofre, Paris, 1850); E. M. Caro, Essai sur Ia Vie et Ia Doctrine de St.-Martin (1852); A. J. Matter, Saint-Martin, lê Philosophe Inconnu (1862); A. Franck, Saint-Martin et son Maitre Martines Pasqually (1866); A. E. Waite, The Life of Louis Claude de Saint-Martin, the Unknown Philosopher and the Substance of his Trans-cedental Doctrine (Philip Wellby, Londres, 1901); id., Saint-Martin the French Mystic (1922); R. Ambelain, Lê Martinisme, His-toire et Doctrine (Niclaus, Paris, 1946).
de Pontlevoy, mas embora fisicamente frágil e predisposto a especulações mentais, mudou a carreira pela de soldado, ingressando no exército onde alcançou a graduação de oficial. Anteriormente havia incursionado na maçonaria e no estudo da filosofia. Quando seu regimento se encontrava em Bordéus, conheceu o novo sistema de ritos maçônicos criado por Martines de Pasqually que ensinava um misticismo de caráter hermético-cabalístico, chegando a ser seu principal discípulo e propagandista. Iniciado em 1768 na ordem mística Elus-Cohens criada por seu mestre, nela alcançou o grau de rosa-cruz e templário. Tendo ampliado seus conhecimentos com leituras intensivas de Swedenborg em 1771, abandonou o exército convertendo-se em um orador místico. Sua habilidade oratória o fez logo favorito dos salões parisienses conseguindo despertar um amplo interesse pelo misticismo, a filosofia e o her-metismo. Entre 1782 e 1787 visitou a Itália e a Suíça e possivelmente a Rússia. Em 1787 viajou para Londres onde conheceu o astrônomo Herschel e o místico William Law, o grande intérprete de Boehme. Em 1788 travou amizade em Estrasburgo com Charlotte de Boecklin que o iniciou nas obras de Boehme. Seus últimos anos passados em Aunay foram dedicados a escrever suas obras e à tradução das de Boehme. Embora não tivesse sido sujeito a perseguições em consequência de suas opiniões (salvo uma prisão durante a Revolução Francesa), sua propriedade foi confiscada devido a sua posição social. Publicamente um católico estrito mas seu primeiro livro foi colocado no Index. Obras: Des Erreurs et de Ia Vérité (1775); Tableau Naturel dês Rapports que Existent Entre Dieu, l'Homme et l'Univers (1782); L'Homme de Désir (1790); Lettre a un Ami sur Ia Révolution Française; Lê Nouvel Homme (1792); Ëclair sur l'Association Humai-ne; De l'Esprit dês Choses; Ministère de l'Homme-Esprit; Oeuvres Posthumes (1807); etc. Saint-Martin que rodeado pêlos horrp-res da Revolução Francesa soube difundir na França o alto espírito do misticismo, desenvolveu as teorias de Martines de Pasqually, juntando-lhes um rasgo de gênio que havia faltado a seu mestre. Unificou seus ensinamentos com os de Boehme e Swedenborg e plasmou uma doutrina filosófica própria, o martinismo, que alcançou notável desenvolvimento e grande número de adeptos. Sua inclusão por autores ocultistas franceses entre os expositores da cabala encontra a oposição de A. E. Waite que, embora aceite que algumas de suas doutrinas possuem certo caráter cabalístico, defende que não existem testemunhos de que o filósofo tivesse cultivado a literatura cabalística, encontrando nele poucas condições de ser considerado como cabalista. Bib.: J. B. Gence, Notice Biographique (1824); L. Moreau, Refle-xions sur lês Idées de Louis Claude de St.-Martin lê Théosophe (Lecofre, Paris, 1850); E. M. Caro, Essai sur Ia Vie et Ia Doctrine de St.-Martin (1852); A. J. Matter, Saint-Martin, lê Philosophe Inconnu (1862); A. Franck, Saint-Martin et son Maitre Martines Pasqually (1866); A. E. Waite, The Life of Louis Claude de Saint-Martin, the Unknown Philosopher and the Substance of his Trans-cedental Doctrine (Philip Wellby, Londres, 1901); id., Saint-Martin the French Mystic (1922); R. Ambelain, Lê Martinisme, His-toire et Doctrine (Niclaus, Paris, 1946).
Nenhum comentário:
Postar um comentário